Estou a ter uma semana complicada, com muito trabalho que se segue a um fim de semana que, apesar de ter sido excelente, não serviu para descansar. Às vezes tenho dificuldade em lidar com a pressão do trabalho e das responsabilidades, sobretudo quando me é exigido mais empenho e esforço. E o principal culpado por essa dificuldade sou eu, uma vez que não tenho por hábito exigir a mim próprio esse empenho e esse esforço e, por isso, não me habituo à pressão inerente. Esta semana está a ser uma semana de pressão... Por isso soube muito bem chegar a casa ontem às 23 horas e, num rápido passeio pelo youtube para descontrair, encontrar esta pérola:
A música da Sara tem sempre efeitos secundários extremamente positivos, mas descobrir esta música ontem, caiu que nem ginjas!
«I've met a lot of Christians who say, "If people knew about all of my struggles and weaknesses, they would never want to be a Christian". I think just the opposite is true. If people really knew what idiots we are, in all our brokeness and vulnerability, they would know that they can give this thing a shoot too. Christianity is for sick people.»
Shane Claiborne, The Irresistible Revolution
Tentativa de tradução: «Tenho conhecido muitos Cristãos que dizem, "Se as pessoas conhecessem todas as minhas lutas e as minhas fraquezas, elas nunca quereriam ser Cristãs". Eu penso que apenas o contrário é verdade. Se as pessoas soubessem realmente o quão idiotas nós somos, em toda nossa fragilidade e vulnerabilidade, elas perceberiam que também podem tentar este caminho. O Cristianismo é para pessoas doentes.»
«Whenever someone tells me they have rejected God, I say, "Tell me about the God you've rejected." And as they described a God of condemnation, of laws and lightning bolts, of frowning gray-haired people and boring meetings, I usually confess, "I too have rejected that God."»
Shane Claiborne, The Irresistible Revolution
Tentativa de tradução:
«Sempre que alguém me conta que rejeitou Deus, eu peço, "Fala-me acerca do Deus que tu rejeitaste." E enquanto a pessoa descreve um Deus de condenação, de leis e relâmpagos, de pessoas com cabelo cinzento e o cenho franzido e de reuniões aborrecidas, eu geralmente confesso: "Eu também rejeitei esse Deus."»
Acrescentei um novo vídeo à barra lateral do blogue. Este! Já o vi mais de uma dezena de vezes e continua a mexer comigo. É um vídeo que promove uma igreja específica nos EUA, mas, no fundo, este vídeo devia promover a Igreja no seu todo. Devia ser uma ilustração da Igreja não como instituição criada pelos homens, mas como uma família de pessoas (ou de maltrapilhos, palavra tão bem empregue por Brennan Manning) que habitam à sombra da cruz e vivem no e pelo Amor do Pai... As diferenças entre o conceito de Igreja que o vídeo sugere e as igrejas que na realidade existem são enormes. Talvez seja tempo de fazermos uma reflexão sobre a forma como estamos a desempenhar o nosso papel de Igreja. E talvez seja tempo de pedirmos perdão àqueles que procuram na Igreja uma família e têm encontrado um tribunal...
Vivemos num mundo onde a publicidade é rainha. Qualquer marca, empresa, filosofia, evento, entidade política, desportiva ou relogiosa encontra no marketing uma arma poderosa para alienar pessoas. A cada dia somos bombardeados por diversos tipos de convites. Convites ao consumismo, convites de ideias sedutoras, convites para termos, para sermos, para fazermos... O barulho é ensurdecedor e as pessoas andam sem rumo, num esforço hercúleo, mas caótico, para satisfazer todos os convites. A quantidade de informação e de vozes à nossa volta é tão grande que se torna tarefa difícil discernir aquilo que nos convém, perceber quando devemos dizer "sim" e quando devemos responder "não". O nosso carácter é atropelado pelos convites da sociedade, pelo excesso de oferta. Por vezes, dizer "sim" significa dar uma parte de nós, arrancar um pedaço da nossa identidade.
Entretanto, há um convite constante que nós ignoramos. O apelo de Jesus! Muitas vezes não o ouvimos, pois permanece abafado pelos ruídos à nossa volta. Outras vezes ouvimos o seu sussurro, mas adiamos a resposta e preferimos responder primeiro a milhares de convites que parecem mais sedutores - mas são supérfluos e, eventualmente, prejudiciais.
Mas, ainda assim, Ele chama-nos constantemente para termos comunhão com Ele. Para nos entregarmos nos seus braços de amor. Não nos força, não usa o marketing, nem a publicidade enganosa, não entra nesse jogo. Pelo contrário, chama-nos com uma voz suave e amorosa e tem como logótipo uma rude cruz de madeira, desprovida de beleza. Talvez tenhamos dificuldade em reconhecer a sua voz. Mas Ele continua a chamar por nós, anelando pelo momento em que nós o escutamos e, finalmente, corremos para Ele dizendo simplesmente "aqui estou eu".
Como diz a letra do antigo hino "Manso e suave, Jesus está chamando..." Podemos responder a este apelo de várias formas. Podemos rejeitar, continuar a adiar a resposta, fingir ouvidos moucos... ou aceitar. Aceitar sabendo este é o único apelo ao qual podemos dizer "sim" certos de que não vai ser arrancado nenhum bocado da nossa identidade... pelo contrário, é nos braços de Jesus que a nossa identidade se completa e que nos sentimos plenamente realizados!
E tu, qual tem sido a tua resposta quando Jesus chama por ti?
«The matter is quite simple. The Bible is very easy to understand. But we Christians are a bunch of scheming swindlers. We pretend to be unable to understand it because we know very well that the minute we understand, we are obliged to act accordingly. Take any words in the New Testament and forget everything except pledging yourself to act accordingly. My God, you will say, if I do that my whole life will be ruined. How would I ever get on in the world? Herein lies the real place of Christian scholarship. Christian scholarship is the Church's prodigious invention to defend itself against the Bible, to ensure that we can continue to be good Christians without the Bible coming too close. Oh, priceless scholarship, what would we do without you? Dreadful it is to fall into the hands of the living God. Yes it is even dreadful to be alone with the New Testament.»
Soren Kierkegaard
Ouch!!!!!!!!!
Um dia destes vou ler as obras deste filósofo existencialista cristão... Isto é uma ameaça, depois não se queixem se o resultado não for bonito.
«A vida até pode ser um mar de rosas, mas não te esqueças que as rosas também têm espinhos.»
Há uns anos uma amiga disse-me isto, não como um clichê, mas como uma advertência para a forma negligente como eu estava a enfrentar alguns problemas. Na altura as palavras da minha amiga fizeram todo o sentido e acabaram por servir de incentivo. Mas com o passar do tempo, com o desenrolar do vida, esqueço-me constantemente desta verdade. Ignorar os problemas é-me muito mais natural que enfrentá-los de frente. Em muitos dos dilemas que vivo, procuro a solução mais fácil, mesmo que não seja a mais correcta. Contudo, recentemente, as palavras da minha amiga voltaram a bater à porta do meu pensamento... voltaram a fazer todo o sentido e a ecoar na minha alma repletas de razão. Os espinhos fazem parte da vida. Os sacrifícios, os dilemas, o esforço, as lágrimas... Sobretudo quando temos o propósito de não viver à deriva, mas com alvos definidos, com sonhos para realizar e objectivos para alcançar.