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4.5.10

A Million Miles In A Thousand Years


Depois de me ter deliciado com o Blue Like Jazz, ao ponto de me sentir tentado a considerá-lo o melhor livro que li, estou de volta aos livros do Don Miller. A Million Miles in a Thousand Years é um livro mais sério, talvez mais maduro, mas com os mesmos traços que parecem caracterizar o autor: autenticidade e honestidade refrescantes, uma valente dose de imaginação e humor, e uma capacidade impressionante para passar pensamentos profundos sobre a vida para o mundo das palavras, de uma forma simples e cativante. O ponto de partida deste livro é o seguinte: o Don recebeu uma proposta para fazer um filme baseado no Blue Like Jazz. Ele aceitou a proposta mas para o argumento do filme ganhar forma, ele teve que perceber quais são os princípios que regem uma boa história, uma história que atraia gente às salas de cinema, uma história relevante. Só que, ao estudar esses princípios, ele apercebe-se que eles não são apenas os princípios que regem uma boa história. São os princípios que regem uma vida com significado. Então ele sente-se impelido a aplicar os princípios à sua própria vida e conta-nos os resultados... Sobre este livro diz Rick McKinley (creio ser o pastor da igreja que Don frequenta):

"As all great writers do, Don's new book pulls you into his life story without you knowing exactly what is happening to you. You start reading a story about Don and then wake up at the steering wheel saying, What the hell? This story is about me. A Million Miles in a Thousand Years is raw, funny, painful, and honest just like life really is."

E é verdade, o livro é mesmo assim. Estou a ler acerca da vida do Don, mas sinto que muito do que leio é sobre mim. O Don fala acerca da experiência dele e da sua própria história, mas o que sinto é que ao longo das páginas há um sussurro intencional nas entrelinhas e comunicar esse sussurro de forma discreta, mas magistral, é o objectivo final do livro: "Vive uma história melhor! Vive uma vida com significado!" E no fundo é isso que Deus também deseja para nós. Como diz o próprio Don Miller:

"There is a writer outside ourselves, plotting a better story for us, interacting with us, even, and whispering a better story into our consciousness."

18.2.10

Coincidências?!

Estar a ler o Jesus for President e encontrar uma referência a uma passagem muito fixe do Blue Like Jazz é espectacular! É de me deixar a dar saltos de alegria! Importa dizer que o Shane Claiborne e o Don Miller não estão exactamente na mesma onda, embora tenham uma visão do mundo e do cristianismo com muitos pontos de intersecção. Enquanto o Shane é um radical, activista, uma voz contra a pobreza, guerra e injustiça de uma forma muito revolucionária, o Don é muito mais parecido com a maioria de nós. É o tipo porreiro que tem uma vida que é uma bela confusão, mas que vai aos poucos descobrindo a graça de Deus... São dois bacanos diferentes, com mensagens diferentes (embora com um ponto em comum, Jesus!) e com vidas diferentes. E foram estes dois bacanos que escreveram dois dos meus livros preferidos! Portanto, podem calcular que para mim seja motivo de alegria saber que o Shane também gostou do Blue Like Jazz! É sinal de que, de uma forma ou outra, estamos todos na mesma onda...

24.12.09

Aprendizagem

Como uma adenda ao texto anterior aqui fica mais uma citação do livro Blue Like Jazz:

"Andrew is the one who thaught me that what I believe is not what I say I believe; what I believe is what I do. (...) Andrew would say that dying for something is easy because it is associated with glory. Living for something, Andrew would say, is the hard thing. Living for something extends beyond fashion, glory, or recognition. We live for what we believe, Andrew would say.

If Andrew is right, if I live what I believe, then I don't believe very many noble things. My life testifies that the first thing I believe is that I am the most important person in the world. My life testifies to this because I care more about my food and shelter and happiness than about anybody else.

I am learning to believe better things. I am learning to believe that other people exist, that fashion is not truth; rather, Jesus is the most important figure in history, and the gospel is the most powrful force in the universe. I am learning not to be passionate about empty things, but to cultivate passion for justice, grace, truth, and communicate the idea that Jesus likes people and even loves them."

Don Miller

Tentativa de tradução:

"O Andrew é quem me ensinou que aquilo em que eu acredito não é o que eu digo que acredito. O que acredito é o que faço. O Andrew diria que morrer por alguma coisa é fácil porque está associado à glória. Viver para alguma coisa, diria o Andrew, é que é difícil. Viver para algo estende-se para além da moda, da glória e do reconhecimento. Nós vivemos para aquilo em que acreditamos, segundo o Andrew.

Se o Andrew estiver certo, se eu vivo aquilo em que acredito, então eu não acredito em muitas coisas nobres. A minha vida testefica que a primeira coisa na qual eu acredito é que eu sou a pessoa mais importante do mundo. A minha vida testefica isto porque eu preocupe-me mais com a minha vida e o meu conforto e felicidade do que com qualquer outra pessoa.

Estou a aprender a acreditar em coisas melhores. Estou a aprender a acreditar que existem outras pessoas, que a moda não é a verdade; pelo contrário, Jesus é a figura mais importante da história e o evangelho é a força mais poderosa do universo. Estou a aprender a não ser apaixonado por coisas vazias, mas sim a cultivar paixão pela justiça, graça, verdade, e a comunicar a ideia de que Jesus gosta das pessoas e até as ama."

23.12.09

2009

Foi um ano cheio e rico, mas com o sabor agridoce que tem feito parte da minha vida desde que me conheço. A verdade é que o ano foi excelente, mas eu sou um gajo permanentemente insatisfeito com uma montanha de coisas. Não creio que isso seja necessariamente mau. É mau quando essa insatisfação não se traduz em inconformismo. Quando a pessoa dá lugar à insatisfação permanente na sua mente e no seu coração só tem dois caminho a seguir: ou não faz nada para a contrariar, o que acaba por levar à amargura e ao cinismo, ou arregaça as mangas e tenta perceber a causa da sua insatisfação, até que ponto é que ela é justa ou não e até que ponto ela pode ser vencida através da mudança das atitudes e dos hábitos. Eu já percorri ambos os caminhos na minha curta experiência de vida e, numa análise mais profunda, talvez seja levado a concluir que em certas áreas ainda percorro o caminho do cinismo. Mas os acontecimentos do ano de 2009 contribuíram para que tenha sido este o ano em que eu percorri mais quilometros no caminho do inconformismo, o ano em que eu mais arregacei as mangas. Se tivesse que escolher uma palavra para descrever este ano, escolheria a palavra brainstorm. Este ano as minhas ideias acerca de diversos temas foram reviradas, a minha fé foi reformulada e a graça de Deus tornou-se mais real para mim, num processo que começou de um modo mais discreto em 2008, mas que só em 2009 produziu a tal tempestade mental. Foi como uma explosão de ideias, algumas delas ideias novas, outras mais antigas, mas subitamente aclaradas, como que iluminadas por uma nova luz. Partilhei muitas dessas ideias ao longo do ano aqui no blogue e também na igreja e com alguns amigos. O rastilho que levou a essa explosão foi sem dúvida a leitura de meia-dúzia de livros soberbos! Vi-me confrontado pelas ideias de Brennan Manning, Shane Claiborne, Philip Yancey e Donald Miller, ideias ao mesmo tempo refrescantes e perturbadoras às quais não posso ficar indiferente. São sobretudo essas ideias que me têm levado a trilhar mais alguns quilometros no caminho do inconformismo. Mas a meta ainda está longe e eu não quero ficar por aqui... Não quero que esta revolução termine, até porque uma das coisas que eu aprendi este ano é que o cristianismo tem muito mais a ver com um caminho de revolução constante do que com um caminho tranquilo que o cristão percorre com uma alegria serena e imperturbável. «E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.» (Romanos 12:2)

Antes de começar a escrever este balanço de 2009, dei por mim a questionar-me qual seria a música que eu escolheria como a banda-sonora ideal para este ano. O mais provável é que a escolha recaísse sobre uma das músicas do TeenStreet. Mas nestes últimos dias do ano, nos quais o rasto agridoce que ele deixa parece acentuar-se, a música que parece fazer mais sentido partilhar com vocês não é tanto uma música que reflecte o meu 2009, mas sim uma música que projecta o meu 2010. Uma música que exprime o desejo de que em 2010 a tempestade, a explosão, the hurricane, the burning flame, continuem a "perturbar" a minha vida! Como diz o Shane Claiborne: "I know there are people out there who say, "My life was such a mess. I was drinking, partying, sleeping around... and then I met Jesus and my whole life came together," God bless those people. But me, I had it together. I used to be cool. And then I met Jesus and he wrecked my life. The more I read the gospel, the more it messed me up, turning everything I believed in, valued, and hoped for upside-down. I am still recovering from my conversion." Julgo que seria saudável se nós estivessemos receptivos a este tipo de transformação que o Shane experimentou, não só no momento da nossa conversão, mas ao longo de toda a caminhada cristã. Seria frutífero se aprendessemos a abrir mão do nosso conforto, da nossa segurança, das nossas ideias, dos nossos preconceitos, para contruírmos vidas e igrejas mais preparadas para dar resposta àquelas que são as reais necessidades de um mundo com sede de graça e de amor. "I don't wanna be safe..."



5.12.09

Blue Like Jazz

"I was watching BET one night, and they were interviewing a man about jazz music. He said jazz music was invented by the first generation out of slavery. I thought that was beautiful because, while it is music, it is very hard to put on paper; it is so much more a language of the soul. It is as if the soul is saying something about freedom. I think Christian spirituality is like jazz music. I think loving Jesus is something you feel. I think it is something very difficult to get on paper. But it is no less real, no less meaningful, no less beautiful.

The first generation out of slavery invented jazz music. It is a music birthed out of freedom. And that is the closest thing I know to Christian spirituality. A music birthed out of freedom. Everybody sings their song the way they feel it, everybody closes their eyes and lifts up their hands."

Tentativa de tradução:

"Estava a ver a BET uma noite, e eles estavam a entrevistar um homem acerca de música jazz. Ele disse que o jazz foi inventado pela primeira geração livre da escravatura. Eu achei isso lindo porque, apesar de ser música, o jazz é muito difícil de pôr no papel; é muito mais uma linguagem da alma. É como se a alma estivesse a dizer algo acerca da liberdade. Eu penso que a espiritualidade Cristã é como a música jazz. Penso que amar Jesus é algo que tu sentes. Penso que é algo muito difícil de pôr no papel. Mas não é por isso que se torna menos real, com menos significado, com menos beleza.

A primeira geração livre da escravatura inventou o jazz. É uma música gerada pela liberdade. E isso é a coisa mais próxima que eu conheço da espiritualidade Cristã. Uma música gerada pela liberdade. Toda a gente canta as suas canções do jeito que as sentem, toda a gente fecha os seus olhos e levanta as suas mãos."

Excerto do livro Blue Like Jazz, de Donald Miller, um livro que é, digamos, hmm, BRUTAL!!!