O livro "O Evangelho Maltrapilho" é tão refrescante, com uma mensagem tão simples e, ao mesmo tempo, tão profunda... Se eu conseguisse assimilar de uma só vez tudo aquilo que o autor tenta partilhar ao longo das linhas que escreve, a minha vida sofreria uma revolução. Seria abanado, virado do avesso, quebrantado, por um enorme furacão. Mas parece que a aquilo que Brennan Manning transmite é tão simples que custa a entender... Assim, vou assimilando o conteúdo do livro aos poucos. O furacão não se faz sentir, mas à medida que vou lendo sou abalado por pequenos vendavais. Uma vez ouvi uma pessoa dizer que o sobrenatural é apenas mais natural que o natural. E às vezes penso que Deus também é assim. Muito mais natural do que aquilo que o nosso entendimento consegue compreender. Nós, sempre prontos para ofuscar o essencial com regras e tretas acessórias, complicamos a manifestação de Deus. Pomos barreiras a uma relação plena e bela com Ele. E ler "O Evangelho Maltrapilho" é como ir, a pouco e pouco, despedaçando essas barreiras. Até que, sedentos do conhecimento real de Deus, possamos orar com toda a sinceridade como Joshua Abraham Heschel, citado por Brennan Manning:
"Querido Deus, dá-me a graça do assombro. Surpreende-me, maravilha-me, enche-me de assombro em cada pequena fenda do teu universo. Concede-me o deleite de ver como Jesus Cristo age em dez mil lugares, adorável em mãos e pernas, adorável ao Pai em olhos que não os dele, nas feições dos rostos dos homens. Arrebata-me a cada dia com as tuas incontáveis maravilhas. Não peço conhecer a razão de todas; peço apenas compartilhar da maravilha de todas."