30.7.10

Frustração

Já disse que gosto muito dos livros do Donald Miller e do Shane Claiborne. E também já devo ter falado por aqui dos livros do Tony Campolo e do Brennan Manning. Pois bem, anda um gajo no youtube na sua vida e depara-se de vez em quando com vídeos nos quais pessoas que se dizem cristãs acusam estes escritores de serem hereges, de não serem realmente cristãos, de porem em causa uma ou outra doutrina da Bíblia e por aí fora...

Até encontrei um vídeo que satiriza a igreja emergente e o autor deve achar que tem muita piada, mas a mim só me dá vontade de chorar...
http://www.youtube.com/watch?v=wD1voJYenQE

O que é que um gajo há-de pensar disto? A mim dá-me ideia que se estas pessoas conhecessem o próprio Jesus também o iam acusar de não ser um verdadeiro cristão...

Isto é tão triste e torna as coisas tão confusas...
Isto desanima tanto...

28.7.10

People of God



we could have tongues of angels
we could move mountains with our faith
we could give everything away
but if we don't have love
we're left with nothing

we could see blind eyes opened
know all the mysteries of our faith
we could sing all the highest praise
but if we don't have love
we're left with nothing

people of God rise up
rise up and shine God's love
we are the light of the world
of the world oh
we are the light of the world
of the world oh

love is the what holds it all together
love never fails, it never dies
there is no deeper truth
we know that God is love, our God is love
tear down the walls that divide us
let love rebuild and unite us
all we need is
all we need is love


People of God, by Gungor

como uma espécie de prolongamento do último texto

27.7.10

He roots for everyone



Esta letra dá que pensar. Reflecte uma postura agnóstica, algo que também dá para notar noutras músicas da Nerina Pallot (ainda que esta letra não seja sua). Essa tendência para o agnosticismo é particularmente evidente nas linhas:

"Cause I don't know if you exist
Or if I even care."


Mesmo assim ela canta uma canção dirigida a um Deus que ela não sabe se existe... mas que gostava que existisse:

"But when I lay me down
I'd like somebody there"


Julgo que esta letra expressa o desencanto de muita gente em relação à religião. Uma religião definida pelas regras e por uma espiritualidade redutora que muitas vezes é demasiado centrada no invisível, numa guerra de doutrinas, sem interferência nas coisas práticas da vida e sem relevância para o mundo caótico em que vivemos.

"Not that sentimental fairytale
To keep us in our place"


E os cristãos têm muita culpa pelo estado actual das coisas. Quando estava a chegar o momento em que Jesus seria traído e entregue aos romanos para ser crucificado, Ele teve a preocupação de deixar aos seus discípulos algumas instruções finais e, nessas instruções, Ele reforçou muito uma coisa: o amor entre os discípulos! "Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros. Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros." (João 13:34 e 35)

Nunca estudei a hermenêutica dos evangelhos, mas talvez não seja preciso um estudo aprofundado para concluir que aquilo que Jesus diz aqui é que as pessoas à nossa volta vão conhecer o amor de Jesus através do amor dos cristãos uns pelos outros. A Igreja deve ser uma comunidade onde a graça, o amor e a união se tornem visíveis e de tal forma atraentes que as pessoas à volta não possam resistir a juntar-se a nós.

Mas será que temos vivido esta instrução de Jesus? Ou será que a Nerina tem razão quando canta

"All your people do these days
Is argue, fuss and fight
And they fuss some more
And wipe the blood and say
'At least we know we're right'"

Não temos nós demasiadas vezes semeado conflitos em vez de semear graça? Não estamos nós mais preocupados em afirmar as nossas certezas em vez de vivermos como Jesus nos ensinou? É para reflectir... Que possamos arregaçar as mangas para trabalhar unidos, em vez de usar os dedos para apontarmos os supostos erros dos outros...

Gosto muito do final da canção que reflecte o desejo de que Deus se importe com toda a gente... Ele não é posse de um grupo de iluminados ou de um grupo de sortudos. A relação com Deus não está vedada a ninguém, não há proscritos, nem há pessoas que merecem mais do que outras. Ele deseja que TODOS se aproximem dele e experimentem a graça e o amor que Ele tem para oferecer. E é responsabilidade da Igreja viver e mostrar esse amor incondicional!

"Do you keep your blessings for the rich
The pyres and the guns
Or if you're half the man I hope
You root for everyone
You root for everyone"

Yes, He roots for everyone!

23.7.10

Espelho meu, espelho meu

Uma coisa que dá muito jeito na vida é ter um espelho que nos mostra como somos na realidade...

22.7.10

Curta

"Repent, for the kingdom of heaven is at hand"

by Jesus Christ

Segundo a wikipedia:

The Greek term for repentance, metanoia, denotes a change of mind, a reorientation, a fundamental transformation of outlook, of an individual's vision of the world and of her/himself, and a new way of loving others and the Universe.

Agora a questão que nos devia ocupar a todos, e que não é nada consensual entre os pensadores cristãos, é esta: o que significa "the kingdom of heaven is at hand"?

14.7.10

Gungor

Os Gungor, uma banda cristã para ter debaixo de olho.
Esta canção é genial. O arranjo musical é qualquer coisa... e a letra é um poema acerca da especialidade de Deus: fazer coisas bonitas a partir do pó, a partir de nós...




E aqui fica mais uma. Uma música cuja mensagem é uma verdade simples transmitida de uma forma satírica. Uma verdade bué básica - God loves everyone - mas que esquecemos constantemente.


7.7.10

O fraco (poema revisitado)


O FRACO

Impotente para travar
o destino

que ele próprio vai desenhando,

continua a
esfaquear
os preciosos sonhos.
Continua a insistir

nas derrotas
auto-infligidas.
O som dos grãos de areia
que deslizam

na ampulheta da vida
torna-se sufocante.
Com raiva,

ele diz todos os dias que

«Amanhã!»

Mas... é «hoje»!

O segredo é conjugar a vida
no presente!


D.R.

Uma vez escrevi isto e desde então tenho muitas vezes a sensação de que este poema (se é que se pode chamar poema) é autobiográfico. Porque desconfio que a cobardia é um dos meus maiores vícios. Fugir dos conflitos nos quais tenho o dever de me envolver traz-me muitos dissabores. E este hábito tão enraizado em mim põe até em causa a minha integridade. Corro o risco de atropelar os princípios éticos pelos quais tento reger a minha vida. (Aliás, consigo olhar para trás e perceber que já os atropelei em algumas ocasiões, de formas que hoje me entristecem.)

Como remate deste post e complemento do post anterior, o que posso dizer, pela minha experiência, é que o mundo é uma confusão do caraças e eu sou uma pessoa fraca cuja tendência é fazer parte do problema e não da solução. Citando o Don Miller: "I am the problem". Felizmente tenho um Pai que é dono de toda a Força e o meu propósito, como cristão, é que a cada dia que passa eu seja mais parte da solução e menos parte do problema por intermédio da relação com o Pai. Não é um processo imediato nem linear e às vezes dou por mim a recuar violentamente, em vez de avançar destemido e com coragem. Mas com mais ou menos recuos, este é "o" processo.

5.7.10

Uma espécie de Modus Tollens*

A vida é bonita.
Mas o mundo está feio e caótico.
Logo, a vida neste mundo é uma confusão... às vezes é uma confusão deliciosa, outras vezes é uma confusão horrorosa.

"Now I lay me down before I go to sleep.
In a troubled world, I pray the Lord to keep, keep hatred from the mighty,
And the mighty from the small,
Heaven help us all."





*Modus Tollens: uma das formas básicas de argumentação lógica.