5.9.09

Sete Vidas


«Não há maior amor do que este, de dar alguém a sua própria vida pelos seus amigos.»
João 15:13

Acabei há pouco de ver o filme Sete Vidas. É um filme tocante, poderoso, com uma história em que a tragédia e a compaixão se sobrepõem uma à outra e, no fim, ficamos com um gosto amargo na alma, sem perceber qual delas venceu... Na minha opinião de leigo, as actuações de Will Smith, Rosario Dawson e Woody Harrelson são perfeitas. É daqueles filmes que compensa ver, porque o resultado não são duas horas de vida perdidas, mas sim um coração sensibilizado.

É impossível resistir às comparações entre aquilo que Ben Thomas (Will Smith) faz no filme e aquilo que Jesus fez por nós.

(Aviso: aquilo que digo adiante pode ser considerado spoiler)

Ben Thomas sente-se o responsável pela morte de sete pessoas num acidente de viação, vive uma vida destruída pelo sentimento de culpa e, como tentativa de expiação dos seus pecados, procura ajudar pessoas em situações desesperadas, fazendo-se passar por inspector federal e concedendo perdão das suas dívidas. Ao mesmo tempo, prepara a sua morte, deixando tudo aquilo que tem às pessoas que procura ajudar: a sua casa, os seus bens... os seus órgãos. A certa altura, apaixona-se por Emily Posa (Rosario Dawson), uma mulher com um problema congénito no coração que, segundo os médicos, tem apenas alguns meses de vida. A única hipótese é um transplante de coração. Ben Thomas decide suicidar-se sob condições controladas de tal forma que o seu coração possa ser utilizado para salvar Emily.

Jesus fez algo parecido. Ele apaixonou-se por nós de tal forma que doou o seu próprio coração para substituir os nossos corações sujos e falíveis. Ele amou-nos de tal maneira que doou os seus próprios olhos para nós, que estavamos cegos, podermos agora ver. Nós, por causa do pecado, estavamos condenados à morte, mas Ele morreu para nos dar uma vida abundante e eterna. No entanto, há uma diferença fundamental entre aquilo que fez Jesus e aquilo que Ben Thomas faz no filme Sete Vidas: ao contrário de Ben, Jesus não deu tudo o que tinha para se redimir da sua culpa, mas sim para redimir a minha culpa... a tua culpa.

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