15.9.09

A Tua graça me basta

Conduzidos pelo nosso orgulho e pela nossa auto-imagem distorcida, é-nos muito difícil reconhecer que os nossos esforços para sermos bons de nada valem. Por muito que lutemos, estamos constantemente a errar. Como dizia Paulo, queremos fazer o bem, mas acabamos por fazer o mal. E, por vezes, somos abençoados com vislumbres de quem nós somos na realidade. Ao aproximar-me de Deus e ao contemplar a santidade de Jesus, reparo que ela contrasta com a minha vida. Por muito que eu tente brilhar, o meu brilho são trevas quando comparado com o esplendor de Jesus. Deparo-me então com os meus erros, com os meus fracassos, com a minha condição de pecador e permaneço, durante um segundo, estarrecido. Nesses momentos, sou plenamente convencido de que os meus actos não merecem o amor e o perdão como resposta e o terror apodera-se de mim. Sinto-me condenado. Sou levado a fazer minhas as palavras de Paulo: todos somos pecadores, mas eu sou o maior de todos. E é então que, como uma brisa suave no meio do calor mais tórrido, como chuva fresca no meio de uma terra sedenta, a graça entra no meu coração. Ouço uma voz dizer que "agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, nosso Senhor". Caio de joelhos aos pés daquele que sofreu a condenação pelos meus próprios erros. Lágrimas de alegria inundam-me a face e o meu coração transborda de gratidão. As palavras são inúteis. É impossível usá-las para expressar essa gratidão e o espanto que a graça provoca. Aos pés de Jesus, junto-me a uma multidão de maltrapilhos, gente que sabe que comete erros em catadupa, mas que aprendeu o que de mais importante há para aprender na vida: "a Tua graça me basta". E limitamo-nos a cantar todos juntos "Holy, holy, holy is the Lamb."


2 comentários:

Carlos Paulo disse...

Não há nada como um bom espelho

David disse...

Muito bem dito Carlos!