6.5.10

Dar uns passinhos into the wild

Há umas semanas atrás a Inês fez uma lista de aventuras e desafios que já experimentou ou gostava de experimentar no futuro. Depois de ler a lista dela, tenho andado a pensar que coisas é que eu arriscaria a colocar numa lista destas se a quisesse tornar pública...

Acredito que todos nós temos um bocadinho do desejo de vagabundear por aí vivendo sucessivas aventuras radicais, com a adrenalina no máximo, desfrutando a beleza da natureza, das pessoas e da vida, despojados dos bens materiais inúteis. Há uma parte de mim que desejava ter a coragem do Chris McCandles... fugir into the wild.



E ao escrever estas linhas recordo um post que escrevi no meu antigo blogue há mais de dois anos. O desejo que então exprimi, vem de encontro ao que estou aqui a escrever. No entanto, talvez já não concorde com tudo o que escrevi nessa altura... Houve uma fase em que eu tinha uma perspectiva triste e fatalista disto tudo que andamos aqui a fazer no planeta azul... Achava que a minha história estava condenada a não ter interesse nenhum e colocava as culpas na sociedade, na minha educação, nos adultos, na igreja, etc... Mas depois percebi que a partir do momento em que eu reconheci que a minha história não levava um rumo certo, eu tornava-me responsável pelos passos seguintes. Não posso apagar o passado. Posso é construir o futuro a partir do presente... E quando comecei a perceber que eu sou o responsável pelo meu futuro, a minha perspectiva começou a mudar. Comecei a render-me gradualmente a uma ideia revolucionária: a vida pode ser fixe!

Como estava a dizer, dei por mim a pensar que coisas é que eu incluiria numa lista como aquela que a Inês fez. Que pequenos desafios ou grandes aventuras é que eu gostava de enfrentar, de experimentar, de viver? Qual seria a minha bucket list hoje?

Então comecei a juntar alguns items de uma possível lista. Mas não queria exibi-los aqui só por exibir. Não queria escrever uma lista impressionante de objectivos que, na prática, sejam inalcançáveis, ou por serem megalómanos ou por culpa da minha cobardia. Quero mesmo assumir um compromisso, em primeiro lugar comigo próprio, de que vou deixar-me guiar pelo espírito aventureiro. Mesmo que as circunstâncias não permitam que realize estes desafios, vou trocá-los por outros e não vou ceder ao canto de sereia dos sofás.

Aqui fica então a minha lista:

. cantar no karaoke em frente a pessoas desconhecidas (já o fiz e quero fazer mais vezes; não canto bem, mas é divertido à brava e desafia o meu (ou nosso) instinto primário que me diz para não fazer má figura diante dos outros)
. passar um ano inteiro sem comprar roupa nova (é em 2010!)
. deixar de comprar roupa de marca (é depois de 2010. este ponto da lista tem uma explicação complicada que fica para outra altura)
. não ter televisão
. morar num sítio que permita ir de bicicleta para a faculdade ou trabalho
. aprender a cozinhar (no outro dia fiz peixe, batata, cenoura e bróculos, tudo cozido e muito saudável! LOL)
. fazer voluntariado em Portugal
. fazer voluntariado algures no estrangeiro (ai o Logos Hope, o Logos Hope...)
. fazer uma road-trip algures (nos USA é que era, mas se for em Portugal também conta!)
. praticar hiking
. dormir ao relento
. participar numa cena tipo vindimas ou apanha da batata ou algo assim ligado à vida no campo da qual não tenho experiência nenhuma
. escrever um livro
...

2 comentários:

Débora Silva disse...

Um amigo meu mora em Bruxelas e anda todos os dias 2 horas de bicicleta para ir para o trabalho, por opção. Por isso, o "permitir" é relativo.
Se quiseres, entretanto o meu avô tem babatas para apanhar. E também podes participar numa campanha da pêra ou da maçã do Oeste (das quais já tenho larga experiência). Ou podes ir arranjar o jardim à minha mãe. E, claro, como queres experimentar, não me sinto na obrigação de te considerar assalariado.
Um dia também faço uma lista como vocês.

Dylan disse...

Gostei, do filme e do artigo...